Desde os tempos das histórias de fadas, o papel do vilão sempre foi importante para estabelecer o conflito e a tensão na trama. Mas por que nos sentimos tão fascinados por esses personagens que, muitas vezes, agem com maldade e crueldade?

Talvez seja porque os vilões representem uma faceta obscura e sombria que todos nós temos dentro de nós. Embora em menor proporção, todos nós somos capazes de sentir raiva, inveja ou desejo de vingança. Ver esses sentimentos retratados em um personagem pode ser uma forma de exorcizar nossos próprios demônios interiores.

Outro motivo pode ser o contraste que esses personagens criam com os heróis e protagonistas. Enquanto estes são bonzinhos e corretos, os vilões são calculistas, astutos e capazes de tudo para alcançar seus objetivos. Essa diferença de personalidade e postura pode fazer com que eles se tornem mais memoráveis e interessantes do que os personagens principais.

E o que dizer do arco de redenção muitas vezes presente nos vilões? Quando um personagem malvado se arrepende e busca se redimir, parece que temos uma sensação de satisfação em ver que até mesmo os mais cruéis são capazes de mudar e se tornar melhores. É como se isso nos desse esperança de que todos nós somos capazes de mudar e evoluir, por mais terríveis que tenhamos sido no passado.

Mas não é só nos livros, filmes e séries que os vilões nos fascinam. Na vida real também há exemplos de pessoas que exercem essa atração pelo antagônico. Quantas vezes não ouvimos histórias de homens e mulheres que se apaixonam por pessoas que sabem que são perigosas ou não são boas para elas? Ou mesmo casos de pessoas que se identificam com criminosos perigosos e ficam fascinadas por suas histórias?

O certo é que esse fascínio pelos vilões e personagens antagônicos é algo profundamente enraizado em nossa natureza humana. Talvez seja por isso que mesmo personagens secundários malvados possam se tornar tão populares e adorados pelo público. Afinal, não importa o quão detestável seja o personagem, se ele tiver carisma e personalidade, é impossível não ficar cativado por ele.

Assim, é preciso reconhecer que em muitas histórias, o vilão é tão importante quanto o herói. E que muitas vezes é justamente esta dualidade que faz com que a trama seja mais interessante e nos faça refletir sobre a natureza humana. Afinal, todos nós temos um pouco de malvado favorito dentro de nós, não é mesmo?